Reflexões sobre a Semana Santa (Curiosidades Formação)
07/04/2009 — Flammarion CysneirosPadre André Luiz Gregório
Reflexões sobre a Semana Santa
Bênção dos óleos, a procissão do encontro, o toque da matraca, a malhação do Judas e a luz do Círio Pascal. Essas são algumas das tradições que compõem a Semana Santa. Para explicar o que significa cada dessas práticas, o ministro do culto religioso, missionário da Canção Nova, padre André Luiz Gregório conversou com o cancaonova.com.
O sacerdote também esclarece o fato de a Sexta-feira Santa ser um dia antilitúrgico e fala sobre o significado da Páscoa para os cristãos. Leia a entrevista e saiba quais dessas práticas são cristãs e quais são consideradas manifestações populares não acolhidas pela Igreja Católica.
cancaonova.com: Uma das celebrações da Semana Santa é a Missa dos Santos Óleos. Nela, três óleos são abençoados: o óleo do crisma, o dos catecúmenos e o dos enfermos. O que significa e para que serve cada um deles? Padre André: Essa Missa é celebrada toda Quinta-feira Santa de manhã. Esses óleos são abençoados pelos bispos uma vez a cada ano e distribuídos para que os sacerdotes façam uso deles de acordo com a necessidade do sacramento. O batismo e a crisma são sacramentos da iniciação cristã; o óleo do batismo é chamado de óleo dos catecúmenos, a visibilidade do sinal da unção dada à pessoa batizada em Cristo no poder do Espírito Santo.
O óleo do crisma é o sinal original para o recebimento do Espírito Santo, depois do batismo. Ele é feito pela imposição das mãos dos bispos. A pessoa, que é ungida na fronte com um óleo perfumado, transforma-se em portador daquele perfume e o espalha ao redor de si. Isso quer dizer que o cristão se torna o perfume de Cristo para, na sua vida, perfumar cada vez mais a vida das pessoas para que elas também venham a se tornar cristãs.
O óleo da unção dos enfermos é um sacramento próprio para que os doentes sejam aliviados de suas dores. Foi instituído pelo próprio Cristo, como podemos atestar em São Tiago: “Alguém dentre vós está doente, mande os sacerdotes da Igreja para que ore sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor” (Tiago 5,14). Para recebê-lo, os enfermos precisam estar em perigo de morte ou em idade muito avançada. No agravamento da doença, eles também podem receber mais vezes essa unção. Esta precisa ser precedida da confissão para que a pessoa possa ser liberta de todos os pecados e receber a graça de Deus.
cancaonova.com: O que é a Procissão do Encontro?
Padre André: Ela acontece em vários locais como uma tradição, uma cultura devocional do povo, que também é chamada, em alguns lugares, de Procissão dos Passos. Algumas pessoas vêm em procissão seguindo Nossa Senhora, enquanto outras seguem Jesus. Nesse encontro, Mãe e Filho refletem as dores pelas quais vão ter de passar. Ela é aquela que vai viver tudo unida ao mesmo amor essa realidade de Cristo. É em razão desse encontro que a Santíssima Virgem recebe o título de Nossa Senhora das Dores.

cancaonova.com: O hábito de colocar moedas no caixão de Nosso Senhor morto [comum em cidades do interior] é superstição ou uma tradição católica?
Padre André: A procissão é uma tradição popular da Igreja Católica, na qual existe uma devoção pelo Cristo morto, mas as moedas não são uma tradição. A Igreja não tem isso como uma devoção nem incentiva as pessoas a jogá-las sobre o caixão. É uma manifestação do povo no sentido de reconhecer o Cristo e querer ofertá-lo. No entanto, a Igreja não reconhece essa prática [de jogar moedas no caixão] durante essa cerimônia.
cancaonova.com: Durante a Procissão, ouve-se o toque da matraca. O que esse som representa?
Padre André: A matraca representa a questão do sofrimento de Cristo. Como na Ressurreição é tocado o sino, na Sexta e no Sábado Santo há um momento de profunda reflexão da Morte e do sofrimento de Cristo. Nesse momento, é tocada a matraca para não tirar o sentido do silêncio. O sino é muito vibrante, já a matraca tem um som mais seco. Isso quer dizer que, com aquelas batidas, as pessoas vão refletir o significado do sofrimento da flagelação de Jesus.
cancaonova.com: Por que não há Missa na Sexta-feira Santa?
Padre André: Na Sexta-feira Santa não há Missa, porque é um dia antilitúrgico. O altar é desnudado para se refletir sobre a Morte de Cristo, sobre Sua passagem na cruz. Nesse dia há apenas a celebração da Paixão de Cristo, na qual vai haver um momento da celebração da Palavra, da adoração da cruz e da comunhão, a qual já é consagrada um dia antes (na Sexta-feira não há o ato da consagração). A comunhão é dada somente nessa celebração; fora dela, apenas para as pessoas que se encontram em limitação por doença e não podem participar dela [celebração] é que podem recebê-la.
cancaonova.com: A malhação do Judas, que acontece do Sábado Santo, é um ato cristão?
Padre André: Não é uma prática cristã, porque nós cristãos acreditamos no amor e na misericórdia. Jesus fala, na Palavra, que Ele veio para nos salvar, não para nos condenar. Então, nem a Igreja nem nós podemos julgar a pessoa de Judas, quanto mais malhá-lo. Esse ato não tem nada a ver com a Igreja, porque o Senhor nos ensina a caridade, a vencer o mal com o bem. Ele [ato de malhar Judas] não é apoiado nem incentivado pela Igreja, pois vem das pessoas que não têm conhecimento da fé e não praticam o Catolicismo.
cancaonova.com: Outra prática comum no Sábado Santo é acender o Círio Pascal. O que isso representa?
Padre André: O Círio Pascal representa a luz de Cristo, que se manifesta nas trevas. É colocado o fogo novo no Círio, que vai se manifestar nas trevas e dissipá-la, porque o Cristo ressuscita e se manifesta na Sua luz e na Sua glória.
cancaonova.com: O que significa a Páscoa para os cristãos?
Padre André: A Páscoa é a maior festa cristã, porque celebra a passagem do Cristo, que morre pelos nossos pecados e ressuscita ao terceiro dia, dando-nos a graça de acreditarmos, pela fé, na esperança de ressuscitar como Ele ressuscitou ao terceiro dia.
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/entrevista/entrevistas.php?id=942
Reflexões sobre a Semana Santa
Bênção dos óleos, a procissão do encontro, o toque da matraca, a malhação do Judas e a luz do Círio Pascal. Essas são algumas das tradições que compõem a Semana Santa. Para explicar o que significa cada dessas práticas, o ministro do culto religioso, missionário da Canção Nova, padre André Luiz Gregório conversou com o cancaonova.com.
O sacerdote também esclarece o fato de a Sexta-feira Santa ser um dia antilitúrgico e fala sobre o significado da Páscoa para os cristãos. Leia a entrevista e saiba quais dessas práticas são cristãs e quais são consideradas manifestações populares não acolhidas pela Igreja Católica.
cancaonova.com: Uma das celebrações da Semana Santa é a Missa dos Santos Óleos. Nela, três óleos são abençoados: o óleo do crisma, o dos catecúmenos e o dos enfermos. O que significa e para que serve cada um deles? Padre André: Essa Missa é celebrada toda Quinta-feira Santa de manhã. Esses óleos são abençoados pelos bispos uma vez a cada ano e distribuídos para que os sacerdotes façam uso deles de acordo com a necessidade do sacramento. O batismo e a crisma são sacramentos da iniciação cristã; o óleo do batismo é chamado de óleo dos catecúmenos, a visibilidade do sinal da unção dada à pessoa batizada em Cristo no poder do Espírito Santo.
O óleo do crisma é o sinal original para o recebimento do Espírito Santo, depois do batismo. Ele é feito pela imposição das mãos dos bispos. A pessoa, que é ungida na fronte com um óleo perfumado, transforma-se em portador daquele perfume e o espalha ao redor de si. Isso quer dizer que o cristão se torna o perfume de Cristo para, na sua vida, perfumar cada vez mais a vida das pessoas para que elas também venham a se tornar cristãs.
O óleo da unção dos enfermos é um sacramento próprio para que os doentes sejam aliviados de suas dores. Foi instituído pelo próprio Cristo, como podemos atestar em São Tiago: “Alguém dentre vós está doente, mande os sacerdotes da Igreja para que ore sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor” (Tiago 5,14). Para recebê-lo, os enfermos precisam estar em perigo de morte ou em idade muito avançada. No agravamento da doença, eles também podem receber mais vezes essa unção. Esta precisa ser precedida da confissão para que a pessoa possa ser liberta de todos os pecados e receber a graça de Deus.
cancaonova.com: O que é a Procissão do Encontro?
Padre André: Ela acontece em vários locais como uma tradição, uma cultura devocional do povo, que também é chamada, em alguns lugares, de Procissão dos Passos. Algumas pessoas vêm em procissão seguindo Nossa Senhora, enquanto outras seguem Jesus. Nesse encontro, Mãe e Filho refletem as dores pelas quais vão ter de passar. Ela é aquela que vai viver tudo unida ao mesmo amor essa realidade de Cristo. É em razão desse encontro que a Santíssima Virgem recebe o título de Nossa Senhora das Dores.

cancaonova.com: O hábito de colocar moedas no caixão de Nosso Senhor morto [comum em cidades do interior] é superstição ou uma tradição católica?
Padre André: A procissão é uma tradição popular da Igreja Católica, na qual existe uma devoção pelo Cristo morto, mas as moedas não são uma tradição. A Igreja não tem isso como uma devoção nem incentiva as pessoas a jogá-las sobre o caixão. É uma manifestação do povo no sentido de reconhecer o Cristo e querer ofertá-lo. No entanto, a Igreja não reconhece essa prática [de jogar moedas no caixão] durante essa cerimônia.
cancaonova.com: Durante a Procissão, ouve-se o toque da matraca. O que esse som representa?
Padre André: A matraca representa a questão do sofrimento de Cristo. Como na Ressurreição é tocado o sino, na Sexta e no Sábado Santo há um momento de profunda reflexão da Morte e do sofrimento de Cristo. Nesse momento, é tocada a matraca para não tirar o sentido do silêncio. O sino é muito vibrante, já a matraca tem um som mais seco. Isso quer dizer que, com aquelas batidas, as pessoas vão refletir o significado do sofrimento da flagelação de Jesus.
cancaonova.com: Por que não há Missa na Sexta-feira Santa?
Padre André: Na Sexta-feira Santa não há Missa, porque é um dia antilitúrgico. O altar é desnudado para se refletir sobre a Morte de Cristo, sobre Sua passagem na cruz. Nesse dia há apenas a celebração da Paixão de Cristo, na qual vai haver um momento da celebração da Palavra, da adoração da cruz e da comunhão, a qual já é consagrada um dia antes (na Sexta-feira não há o ato da consagração). A comunhão é dada somente nessa celebração; fora dela, apenas para as pessoas que se encontram em limitação por doença e não podem participar dela [celebração] é que podem recebê-la.
cancaonova.com: A malhação do Judas, que acontece do Sábado Santo, é um ato cristão?
Padre André: Não é uma prática cristã, porque nós cristãos acreditamos no amor e na misericórdia. Jesus fala, na Palavra, que Ele veio para nos salvar, não para nos condenar. Então, nem a Igreja nem nós podemos julgar a pessoa de Judas, quanto mais malhá-lo. Esse ato não tem nada a ver com a Igreja, porque o Senhor nos ensina a caridade, a vencer o mal com o bem. Ele [ato de malhar Judas] não é apoiado nem incentivado pela Igreja, pois vem das pessoas que não têm conhecimento da fé e não praticam o Catolicismo.
cancaonova.com: Outra prática comum no Sábado Santo é acender o Círio Pascal. O que isso representa?
Padre André: O Círio Pascal representa a luz de Cristo, que se manifesta nas trevas. É colocado o fogo novo no Círio, que vai se manifestar nas trevas e dissipá-la, porque o Cristo ressuscita e se manifesta na Sua luz e na Sua glória.
cancaonova.com: O que significa a Páscoa para os cristãos?
Padre André: A Páscoa é a maior festa cristã, porque celebra a passagem do Cristo, que morre pelos nossos pecados e ressuscita ao terceiro dia, dando-nos a graça de acreditarmos, pela fé, na esperança de ressuscitar como Ele ressuscitou ao terceiro dia.
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/entrevista/entrevistas.php?id=942
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